E as escolas?

Educação: Informar, conhecer e saber.
O Dr. Lino de Macedo é psicólogo, professor titular da Universidade de São Paulo - USP. Coordena o Laboratório de Psicopedagogia (LaPp) do departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade, onde desenvolve e realiza oficina de jogos para alunos e profissionais da Educação.
Neste trecho de sua palestra para a Nova Escola, Dr. Lino de Macedo, reflete sobre a transmissão do conhecimento para os alunos.
 Assista:
Lino de Macedo



Postado por Renata F. Taborda em 02/04/2010



Relato Pessoal - Um mundo fantástico.

Lembro-me como se fosse hoje: Fevereiro de 1993... Ano que comecei a trabalhar com Mitologia Grega.

Já são tantos anos... e, a cada ano, um novo conhecimento, uma nova maneira de trabalhar, uma nova descoberta. Tudo depende do interesse do grupo. Até hoje, este tema, é sem dúvida, o que mais desperta o interesse nas crianças.
Ao iniciar o trabalho, escolho como atividade de sensibilização uma leitura que envolva Mitologia e, paralelamente, uma pesquisa sobre mito, lenda e Mitologia. É impressionante como as crianças trazem material sobre este assunto.

Gosto muito, também, de contar sobre a explicação do princípio de tudo, o Caos e de como os primeiros deuses habitaram o mundo.
Durante alguns anos, desenhei com os alunos a árvore genealógica de Zeus, seus ascendentes e descendentes. E, o que mais lhe chamavam a atenção era o nome dos deuses e a quantidade de esposas e filhos do todo poderoso.

Dentre os livros lidos, destaco o “Divinas Aventuras” de Heloisa Prieto.
Logo nas primeiras páginas, há um texto informativo que gosto muito de trabalhar e explorar com os alunos. Descobrimos “juntos” como surgiu a região hoje chamada Grécia e como ela se formou. Quais povos ajudaram a compor a civilização grega, quais eram as cidades, de que viviam e como se relacionavam. Faço, também, um paralelo com o mapa atual.
Depois, começamos a ler as narrativas dos deuses: Gaia, Zeus, Posêidon, Atena, Apolo, Ártemis e Hermes. As crianças AMAM! Durante a leitura, os alunos desenham cada um dos personagens e escrevem suas características. Ao final, peço para cada aluno indicar o deus que mais gostou e por quê? O que aquele personagem tem em comum com ele? Ou, o que ele tem que ele gostaria de ter também? É, sem dúvida, um momento de reflexão e de interação com a personagem escolhida.

Ao término do trabalho com o livro Divinas Aventuras, as crianças participam de uma palestra com Heloisa Prieto e ficam encantadas ao ouvir suas histórias. Além disso, adoram quando ela faz um paralelo dos deuses da Mitologia com os signos do zodíaco. Como sou de Gêmeos, fiquei sabendo que o deus que rege o meu signo é Hermes, o Mensageiro.

Dando prosseguimento, lemos mais dois livros: Ilíada e Odisséia de Homero – uma adaptação da editora Melhoramentos.
Antes de iniciar a leitura, os alunos fazem uma pesquisa sobre Homero. Além disso, lemos a Caixa de Pandora e de O rapto de Cora/ Mito de Perséfone.

Na aula de Geografia, aproveito para fazer um paralelo sobre as estações do ano, visto que o Mito de Perséfone explica a origem das estações. Peço para os alunos fazerem um texto comparativo. Fica muito interessante!
Simultaneamente, são trabalhados os fatos que antecedem a Guerra de Tróia através do texto “À mais bela”, onde Éris, a deusa da discórdia lança na festa de Zeus o pomo de ouro destinado à mais bela. Será ela Atena, Hera ou Afrodite?

No livro Ilíada, é bastante enfatizada a leitura, a interpretação de texto e a dramatização. Ao final, as crianças fazem uma produção de texto na qual escrevem sobre um duelo entre dois guerreiros, caracterizando os personagens de acordo com a época e colocando a interferência dos deuses.
Afinal, Grécia vence Tróia pela força de seus guerreiros ou pela astúcia de seus homens?

Na “Odisséia, os alunos representam a trajetória de Odisseu através de desenhos, frisas, painéis, etc. Assistem o filme “Odisséia” e depois, escrevem mais uma desventura para Odisseu.
As crianças ficam tão envolvidas neste projeto que é comum ouvi-las fazer perguntas como:

“ Mas os deuses existiam de verdade?”
“Como eles eram”? Grandes? Voavam?
“Como moravam?”
“ Podiam mesmo se transformar no que quisessem?”
E ficam encantados ao saber que Pégaso, o cavalo alado, nasceu do amor entre Medusa e Posêidon... Como pode?

A Mitologia chama a criança para o fantástico e torna a relação entre o ensinar e o aprender uma aventura sem fim, que prolifera o universo da imaginação e ajuda a criança a pensar criticamente desenvolvendo sua capacidade cognitiva.

O objetivo maior deste trabalho é formar pessoas conscientes de si e do mundo a sua volta, que não simplesmente aceitam qualquer questão, mas sim indagam, interrogam, discutem, e se autocorrigem, e desta forma transformam o mundo a sua volta na medida em que são mais aptos a entendê-lo.

Lecionar Mitologia é uma maneira agradável de levar a criança a pensar sobre si e sobre o mundo.

Viviane Brunelli - Pedagoga e Psicopedagoga
Espiral: Núcleo Interdisciplinar de Aprendizagem






Educando nos dias de hoje: o sucesso da disciplina assertiva.

Por Dra. Adriana Couto Rosa Dutra de Oliveira (Nurtured Heart Approach) para o Instituto Glia.

"Sempre busquei uma escola que fosse capaz de suprir as necessidades acadêmicas sem perder de vista o fato de que nem todas as crianças caem na faixa normal da curva de Gauss. A maioria das escolas se mostra adequada para grande parte das crianças, mas são inúmeros os pais que se queixam de que não conseguem encontrar uma escola adequada para seu filho(a) que tem TDAH, distúrbio do aprendizado, ou outros diagnósticos. Essas crianças ficam à mercê da sorte, de encontrar uma professora que compre sua briga.(...)

Eu acredito na escola como a chance mais viável para se alcançar uma sociedade melhor. E sei que no Brasil, nossos problemas são ainda maiores. Nossos professores são sobrecarregados, recebem salários injustos e, à semelhança dos americanos, foram treinados para ensinar e não para lidar com crianças difíceis, com problemas de disciplina. Penso que é hora de se disseminar esse modelo no nosso meio. Ele não requer nenhuma tecnologia, não tem um custo alto e depende apenas de algumas horas de treinamento. Faz bem para os alunos, aumenta a auto-estima, melhora as notas, faz com que alunos e professores queiram ir para a escola. Não só as crianças com TDAH ou com distúrbios do aprendizado passam a florescer. Todas ganham. Ganham também os professores, que passam a trabalhar com prazer, e não num ambiente estressante. O que é preciso para isso? Poucas horas de treinamento, disposição e coragem para mudar."

Leia mais sobre o modelo de disciplina assertiva, utilizando a técnica de Howard Glasser em:
http://www.aprendercrianca.com.br/informacao/noticias-do-cerebro/educando-nos-dias-de-hoje-o-sucesso-da-disciplina-assertiva

Postado por Renata F. Taborda em 27/04/2010